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Arc Raiders nos convida para o gênero de extraction shooter
Meus jogos de tiro favoritos são aqueles que acomodam uma grande variedade de jogadores. Eu não tinha os reflexos mais rápidos quando era adolescente, muito menos agora, chegando aos 40, então nunca vou me sair bem em uma disputa direta de headshots e estatísticas.
Mas já dediquei centenas de horas ao Overwatch e Helldivers 2 porque eles recompensam o pensamento estratégico e oferecem uma variedade interessante de estilos de jogo, o que, por sua vez, gera uma gama de histórias muito mais envolvente.
Eles também me permitem jogar ao lado de amigos tecnicamente mais habilidosos sem sentir que alguém está abrindo mão da diversão.
Arc Raiders pode ser o próximo shooter a me conquistar. Joguei por 3 horas em 3 mapas diferentes, tanto sozinho quanto em equipe, em um recente evento fechado de prévia do jogo para jornalistas e influenciadores.
Este próximo extraction shooter PvPvE se passa em um futuro que lembra “Matrix” – robôs rebeldes chamados Arc devastaram a humanidade, forçando os sobreviventes a se esconderem no fundo da terra em uma última cidade-fortaleza chamada Speranza.

Como os saqueadores que dão nome ao jogo, os jogadores fazem incursões (raids) em diferentes zonas da superfície, saqueando as ruínas da civilização em busca de materiais utilizáveis enquanto enfrentam as ameaças tanto dos robôs Arc quanto de outros saqueadores, e depois tentam voltar em segurança para casa com o que conseguirem carregar de volta para a base para vender, desmontar, criar ou usar em incursões futuras.
O jogo está seguindo a tendência do momento, os extraction shooters, que giram em torno do mesmo ciclo geral de risco e recompensa: entrar em uma área hostil, cumprir objetivos e extrair com recompensas que vão impulsionar as próximas partidas.
Se você gostou de jogos como Escape from Tarkov e Hunt: Showdown, Arc Raiders quer ser sua próxima obsessão – e, se ainda não experimentou esse tipo de jogo, este promete ser uma ótima porta de entrada.
Gerenciamento de tensão
Como é típico do gênero, o sentimento predominante durante meu tempo com Arc Raiders foi de tensão. Qualquer encontro que desse errado poderia significar não apenas o custo de oportunidade de qualquer novo saque que esperávamos levar para casa, mas também a perda de todo o equipamento que levamos conosco.
Esse tipo de pressão de recursos de alto risco, onde a capacidade de progredir depende de construir e manter um ritmo que pode ser facilmente perdido, faz parte do apelo para os fãs mais dedicados do gênero, mas também adiciona uma certa dificuldade que pode afastar outros jogadores em potencial.
Arc Raiders suaviza generosamente essa dificuldade ao oferecer equipamentos gratuitos, permitindo que você entre em uma incursão com um kit mínimo viável e sem risco de perda, ajudando jogadores que podem estar apenas tentando se orientar no jogo.
Cada saqueador também conta com o “Scrappy”, um galo de estimação que coleta continuamente materiais básicos durante as incursões, garantindo que sempre seja possível fabricar itens essenciais como bandagens e munição.
Ao completar objetivos durante uma incursão, independentemente de extrair ou não, o jogador também ganha pontos de habilidade que podem ser distribuídos entre três diferentes árvores.
Tudo isso proporciona uma base para progressão e crescimento/especialização do personagem, mesmo que os jogadores estejam tendo dificuldade para sobreviver na maioria das partidas.

A maior fonte de tensão, porém, vinha de outras pessoas. Diferente de um shooter competitivo PvP convencional, onde a pressão constante dos outros jogadores é o motor da jogabilidade, aqui o ritmo dos encontros era muito mais variável.
Incursões individuais ao longo da minha sessão variaram bastante dependendo do mapa e do acaso. Algumas foram marcadas por longos períodos silenciosos de exploração por prédios e fuga dos robôs, interrompidos por poucos encontros rápidos.
Em outros momentos, nos víamos passando de tiroteio em tiroteio, já que os combates com robôs atraíam a atenção de saqueadores oportunistas, e vice-versa.
Além de nunca termos certeza de quando encontraríamos outros jogadores, outra fonte interessante de tensão era se nossos companheiros saqueadores seriam hostis ou amigáveis.
Durante minha sessão, vivi todo tipo de interação, desde ser atacado à primeira vista até ter conversas descontraídas, que às vezes levavam a ajuda crucial mais tarde na partida e, em outras ocasiões, à traição. Nesse sentido, me lembrou Sea of Thieves, que cultiva uma sensação semelhante de vulnerabilidade ao unir a possibilidade de perder todos os seus itens recém-conquistados com o mistério das intenções de desconhecidos.
Considerando que uma sessão fechada só com jornalistas e influenciadores provavelmente será o cenário mais amigável possível, fico muito curioso para ver como as normas da comunidade de jogadores vão se desenvolver quando o jogo for lançado para o público em geral.
O inimigo do meu inimigo
Um elemento que pode ajudar a incentivar os jogadores a colaborarem é a ameaça real representada pelos robôs Arc. Longe de serem apenas inimigos genéricos para serem derrotados facilmente, os inimigos não humanos são dinâmicos e perigosos, mantendo todos atentos o tempo todo, mesmo quando outros jogadores humanos não estavam por perto.
A desenvolvedora Embark certamente foi beneficiada pelo fato de que Arc Raiders começou como uma experiência puramente PvE antes de assumir sua forma atual de extração, o que significa que tempo e recursos reais de desenvolvimento foram investidos para fazer com que os inimigos Arc fossem o destaque, e não apenas coadjuvantes.
Uma parte disso que realmente me chamou a atenção foi como, conforme os desenvolvedores já comentaram anteriormente, o movimento e os comportamentos dos Arc não foram tradicionalmente animados por keyframes feitos à mão, mas sim treinados por meio de “machine learning” aplicado a simulações físicas.
É basicamente o mesmo tipo de processo usado por muitos roboticistas do mundo real para ensinar suas criações a realizar tarefas complexas de navegação no espaço físico, como os “apoiadores do apocalipse dos robôs” da Boston Dynamics.

Os Arc eram animados e imprevisíveis. Atirar no rotor de um drone de assalto não fazia com que ele caísse imediatamente, como eu esperava, mas sim ele balançava de forma desajeitada antes de compensar com os outros rotores e dar a volta para continuar o combate de um jeito surpreendentemente orgânico.
Arc isolados e pequenos eram facilmente gerenciáveis, mas bastava adicionar mais alguns (ou apenas um grande) para que a situação rapidamente saísse do controle.
A ameaça real representada pelos Arc deve manter a pressão sobre os jogadores, incentivando pelo menos alianças temporárias e tornando o jogo mais dinâmico e variado socialmente.
O futuro do ontem, hoje mesmo!
Arc Raiders não precisa de ajuda para ser visualmente vibrante. Seguindo o design gráfico do logo, o jogo tem um visual charmoso de retrofuturismo dos anos 70. Isso é especialmente evidente nos cosméticos dos personagens, que são divertidos, coloridos e apresentam uma boa variedade de silhuetas — equipei meu raider com um capacete de moto verde brilhante, uma jaqueta de voo de couro e uma calça jeans justa com uma listra na lateral.
Comparado com outros jogos do gênero, o design mais colorido e descontraído de Arc Raiders (como chapéus desbloqueáveis para o Scrappy — ele ganhou um pequeno capacete de moto combinando) realmente chamou minha atenção.
Ele não chega a adotar a paleta hipercolorida de neon do também aguardado shooter de extração, Marathon, e se apoia em uma camada realista de desgaste pós-apocalíptico. Luz e som também fazem muito para apoiar a imersão; avançando cautelosamente por túneis subterrâneos iluminados por lanternas, lotados de carros enferrujados enquanto tiros abafados ecoam acima, ou correndo de sombra em sombra entre prédios residenciais bombardeados de frente para uma praça iluminada pelo sol do meio-dia, sempre atento aos bipes ameaçadores dos sentinelas Arc à distância.
Os ambientes eram evocativos, com uma gama interessante de cenários (residencial, industrial, claustrofóbico, aberto, plano, vertical etc.), tanto dentro dos mapas quanto entre eles, o que ajudou a tornar os encontros variados e interessantes.

Bordas suavizadas
Arc Raiders definitivamente chamou minha atenção, já que estou sempre procurando bons jogos cooperativos em sessões para me reunir com amigos.
O visual divertido do jogo, seu loop central bem ajustado e as mecânicas de qualidade de vida ajudaram a suavizar alguns dos aspectos mais difíceis dos shooters de extração, o que pode realmente dar uma chance ao jogo de ampliar o público desse gênero.
Arc Raiders já está disponível para Xbox Series X|S e Xbox no PC como um título Xbox Play Anywhere.


