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Everspace 2: “Todo mundo tem um jogo melhor por causa do Xbox Game Pass”
Até que um de nós domine a arte das viagens interestelares, os seres humanos sempre terão uma curiosidade inata sobre o espaço. Nós mergulhamos em representações fictícias de colonização astral e visualizamos futuros em que a Terra é apenas uma parada em nossas aventuras iluminadas pelas estrelas.
O movimento padrão de uma sequência é que ela fará o que o primeiro jogo fez, porém em uma escala maior. Everspace 2 é diferente.
Sim, assim como o primeiro jogo, esse é um jogo estilo “looter-shooter” com visão em terceira pessoa espacial. Mas enquanto Everspace era um roguelike, Everspace 2 é um RPG de ação em mundo aberto. Everspace focava em pequenas partidas por meio de provações cada vez mais difíceis – Everspace 2 oferece uma campanha de 30 horas. Everspace era total ação – Everspace 2 tem um clima mais expansivo, preservando esses momentos de combate, mas incorporando aspectos de exploração e momentos de história.
Games não costumam fazer esse tipo de mudança com muita frequência, especialmente quando os títulos originais já haviam construído uma base de fãs apaixonada. Então porque a desenvolvedora Rockfish decidiu fazer uma mudança tão drástica?
Antes da chegada do jogo nos consoles Xbox, em 15 de agosto, tivemos a oportunidade de conversar com o CEO da Rockfish, Michael Schade, para discutir esse ambicioso movimento do estúdio, como isso sempre esteve nos planos, e como Game Pass ajudou com o que isso se tornasse uma realidade.
Schade nos diz que a decisão de criar o Everspace original como um roguelike foi feita por dois fatores principais: decisão criativa e recursos.
“Quando fizemos o primeiro Everspace, não tínhamos o orçamento para seguir a visão que tínhamos de criar um RPG de ação em espaço aberto”, diz Schade. “Entregamos aquela visão, mas foi comprometido”.
Felizmente, o sucesso de Everspace permitiu que a Rockfish desenvolvesse um protótipo para o Everspace 2 e finalmente adotasse a abordagem de mundo aberto que a equipe tinha imaginado para o primeiro jogo.
Com mais ênfase na exploração, os elementos roguelike fizeram menos sentido, de acordo com Schade.
“Em Everspace, há um percurso gerado proceduralmente que você deve seguir, e se você permanecer muito tempo em um lugar, um navio de guerra gigante aparece e garante que você se mova ou morra”, explica Schade. “Em Everspace 2, você pode ir para outros sistemas estelares, pode voltar, fazer no seu próprio ritmo, e ninguém está te perseguindo.”
O elemento roguelike também tornou mais difícil contar uma história envolvente. Em Everspace, seu personagem é um piloto clonado, e toda vez que eles morrem como parte do ciclo do jogo, há uma explicação narrativa para a morte. Em Everspace 2, há uma história coesa entre os personagens, que se desenrola enquanto você joga, e coisas para descobrir em cada uma das áreas do jogo.
“Começamos com uma configuração espacial típica, há algumas estações espaciais, há alguns asteroides, as coisas que você esperaria”, diz Schade. “Depois você se move para o próximo sistema, Union, que tem esses enormes centros de comércio, e imediatamente dá para perceber que há mais coisas acontecendo.
“Se você for para o sistema Drake, que trouxemos para o Xbox Game Preview, verá planetas aquáticos, planetas de gelo e planetas de lava. Queríamos garantir que, onde quer que você esteja em Everspace 2, tenha uma sensação distinta de estar em um lugar diferente.”
“Queríamos garantir que, onde quer que você esteja em Everspace 2, tenha uma sensação distinta de estar em um lugar diferente.”
O Espaço é Para Todos
Everspace 2 é um jogo estilo “looter-shooter” com visão em terceira pessoa espacial, que coloca você no controle de uma nave espacial elegante, com uma seleção de locais galácticos para explorar. Ao longo de sua campanha de 30 horas, você pode personalizar sua nave, comprar melhorias e ajustar suas capacidades para se adequar ao seu estilo de jogo.
O jogo é comparado a outros simuladores espaciais; desde o clássico jogo de combate aéreo do Windows, Freelancer, até experiências modernas e monumentais de gerenciamento como Star Citizen.
No entanto, o que diferencia Everspace 2 de jogos similares é sua abordagem acessível. Ele não carece de escolhas e responsabilidades, mas torna esses processos compreensíveis para aqueles que desejam experimentar a personalização sem se envolver em sistemas complexos de gerenciamento.
Os controles do Everspace 2 são extremamente intuitivos, especialmente ao jogar com um controle. Pilotar sua nave é fluido, quer você esteja atravessando um vasto vazio ou navegando por um pequeno sistema de túneis. Você pode acessar todas as funções importantes com um simples clique de botão, sem ter que navegar por menus volumosos ou memorizar uma série de combinações de botões.
“A acessibilidade estava muito, muito alta em nossa lista, porque já existem simulações espaciais fantásticas por aí, e não queríamos fazer algo que alguém já tinha feito”, explica Schade. “Queríamos ter essa sensação de combate espacial intenso e exploração profunda, mas torná-la muito fácil para aproveitar e realmente se perder no mundo o máximo possível”.
A Rockfish chegou a este momento preparada – Schade sempre teve a ideia de uma versão para consoles em mente, então a experiência do usuário foi projetada para acomodar quem usa controle, tanto se estiverem jogando no PC ou em um console.
Schade observa a vontade cada vez maior por simulações espaciais complexas e de alta qualidade, e destaca que é um gênero extremamente ambicioso e a lista de recursos é exigente, especialmente para um estúdio menor. Os fãs de jogos espaciais desejam um pouco de tudo, diz ele; eles querem comércio, construção de naves, construção de bases e exploração, para citar alguns aspectos, espalhados por enormes distâncias interestelares. E então há o elemento planetário – cada área explorável precisa ser única e oferecer uma razão para ir até lá.
“Há tantas restrições que você tem que ter em mente, especialmente no lado técnico das coisas”, diz Schade. “Não quero dizer que é impossível, mas em jogos que são feitos à mão, leva tanto tempo de desenvolvimento e recursos para torná-lo realidade.
“Eu entendo do ponto de vista dos jogadores que seria ótimo ter tudo. É por isso que fizemos algumas escolhas deliberadas para focar a jogabilidade no que acontece nos planetas e na órbita.”
Everspace 2 não está buscando rivalizar com nenhum outro jogo existente. Pode-se dizer que ele serve como uma porta de entrada para o gênero, uma história empolgante e descontraída ambientada em um mundo de ficção científica que pode incentivar o jogador a se envolver em um jogo semelhante mais adiante.
“Quanto mais jogos espaciais existirem e quanto maior a variedade, melhor para todos nós”, diz Schade. “Você pode jogar um jogo espacial atrás do outro, porque eles sempre trazem algo diferente para a mesa.”
A escolha de focar em elementos específicos não significa que Everspace 2 tenha sido comprometido de alguma forma – pelo contrário. O sucesso do Everspace original, junto com uma parceria com o ID@Xbox, significou que o jogo teve acesso a mais tempo e recursos do que poderia ser possível de outra forma. A equipe da Rockfish até conseguiu adicionar um ano a mais aos seus planos de desenvolvimento graças à colaboração com a Xbox e ao lançamento no Game Pass.
“Ironicamente, não é bom apenas para os usuários do Xbox e do PC, mas também para os jogadores em outras plataformas: todos recebem um jogo melhor por causa do Xbox Game Pass”, nos diz Schade. “O financiamento extra nos ajuda a permanecer independentes, e podemos entregar o jogo quando achamos que está pronto – e está.”
Everspace 2 chega ao Xbox One e Xbox Series X|S nesta terça-feira (15) e está disponível para jogar com Game Pass.