XBOXERS
A sua comunidade de Xbox no Brasil

Mullet Madjack no Game Pass: como a história de jogos indies em Xbox se entrelaça com o game brasileiro  

Em 2008, os jogos Castle Crashers e Braid foram lançados no Xbox 360, iniciando um movimento de popularização de jogos independentes com reflexos até hoje. Um exemplo disso é a recente chegada do game brasileiro Mullet Madjack ao Xbox Game Pass.  

“Fazer games era, para nossa geração, o equivalente a ser um astronauta ou piloto de Fórmula 1. Era algo difícil de alcançar”, conta Alessandro Martinello, o Sandro, diretor e artista de Mullet Madjack.   

Porém, foi jogando esses primeiros games indies no Xbox 360 que ele começou a ver a possibilidade de desenvolver jogos por conta própria. “Foi a primeira vez que a gente achou viável criar jogos, o que influenciou a eu me tornar desenvolvedor posteriormente”.  

Mais de 15 anos depois, Sandro e uma pequena equipe de mais dois desenvolvedores que formam o estúdio Hammer95 lançaram seu próprio game indie.   

Mullet Madjack chega como exclusivo temporário para consoles no Xbox, um jogo de tiro frenético que eles mesmos definem como sendo uma mistura de DOOM e a animação Akira, com o diferencial de que você tem 10 segundos para completar as fases, e cada inimigo executado aumenta esse tempo.  

Além do lançamento nos consoles, a disponibilidade de Mullet Madjack no Game Pass é a oportunidade de alcançar um novo público. “(o lançamento no Game Pass) dá a sensação de ser um marco histórico no cenário de games brasileiro”, comenta Ivan Sendin, fundador da Epopeia Games, uma empresa também brasileira que está publicando o game. “Espero que seja a primeira de muitas conquistas 100% brasileira. O Brasil precisa disso para ser um mercado forte de games.”  

Veja a live de Mullet Madjack no canal de Xbox Brasil:

Tiros, adrenalina, orgulho nacional e animes dos anos 1990 permearam a conversa que o Xbox Wire teve com Sandro Martinello e Ivan Sendin sobre Mullet Madjack. Confira a entrevista completa abaixo.


Como vocês definem Mullet Madjack?  

Sandro (diretor): é um jogo de tiro em primeira pessoa, veloz e que tem uma jogabilidade que lembra bastante a era dos arcades dos anos 80 e 90.  

O jogo é cheio de referências e se inspira em várias obras tanto de games quanto de animes, mas se fosse destacar as duas principais, quais seriam?  

Sandro (diretor): eu diria que é DOOM (do lado de FPS) com “Akira” (do lado dos animes). No fundo (Mullet Madjack) é como o DOOM, só que com uma mecânica de tempo.   

“Gostamos de falar que o jogo entrega ‘diversões por minutos’ e não perde seu tempoSandro Martinello, diretor Mullet Madjack  

Já ouvimos você comentando antes o quanto jogos no Xbox 360 foram importantes para despertar seu interesse em desenvolver jogos. Como foi isso?

Sandro (diretor): na época (2008) eu estava finalizando a faculdade de design, mas me sentia meio sem rumo. Fazer games era, para nossa geração, o equivalente a ser um astronauta ou piloto de Fórmula 1. Era algo difícil de alcançar.   

Foi quando um colega de faculdade comprou um Xbox 360 e acompanhamos esses jogos menores pipocando por lá, como Castle Crashers e Braid, e isso abriu a nossa cabeça… foi a primeira vez que a gente achou viável criar jogos, o que influenciou a eu me tornar desenvolvedor posteriormente.  

Mullet Madjack faz parte de ID@Xbox, como o programa ajudou vocês a trazer o jogo aos consoles?  

Ivan (Publisher): a gente já tinha experiência em trabalhar com ID@Xbox em jogos passados, em 2019 e 2020. De lá pra cá, a gente começou a ter um relacionamento mais intenso com Xbox, e a criação do Developer Acceleration Program (DAP) ajudou bastante a gente, porque aprofundou esse relacionamento.   

Hoje eu diria que a gente tem uma amizade com eles e isso foi fundamental para que a gente pudesse evoluir e progredir com o Mullet, principalmente agora que ele entrou no Game Pass, mas visando também outros jogos que estamos fazendo. Esperamos manter esse relacionamento por longos anos ainda.  

O quão importante é o game estar disponível no Game Pass nesse lançamento para consoles?  

Ivan (Publisher): é uma importância indescritível, porque já houve outros games brasileiros disponíveis no Game Pass no passado, e isso dá um orgulho nacional. Agora, o fato de a gente ser uma Publisher de jogos no Brasil que publicou um jogo de um estúdio brasileiro, esse combo, eu arisco dizer que é algo inédito, então fica até a sensação de ser um marco histórico no cenário de games brasileiro.  

Espero que os jogadores brasileiros também tenham esse orgulho, porque a ideia é fazer mais vezes. O intuito da Epopeia, como Publisher, é focar nos jogos da América Latina, especialmente brasileiros, para serem publicados lá fora e isso passa pelo Game Pass. Espero que seja a primeira de muitas conquistas 100% brasileira. O Brasil precisa disso para ser um mercado forte de games.  

Então, no fim, eu trato essa chegada do Mullet Madjack ao Game Pass com essa importância de um marco, e que vão vir novas oportunidades.  

A ideia, desde o início, era fazer esse jogo estilo arcade e veloz ou foi algo que foi se moldando no decorrer do desenvolvimento?  

Sandro (diretor): o jogo nasceu como a minha necessidade de fazer um FPS, eu sempre quis fazer um “boomer shooter” [um subgênero de FPS em que a jogabilidade é mais veloz] e sabia também que o visual seria inspirado em animes clássicos, da era do VHS, que eu considero a era do ouro do animes.   

Já a ideia do tempo e de ter uma jogabilidade mais arcade foi se formando conforme vimos como as tendências dos jogos boomer shooter estavam caminhando. Assim, a gente pensou nessa mistura de um jogo com rapidez com FPS.  

“A criação do (ID@Xbox) Developer Acceleration Program ajudou bastante a gente, porque aprofundou esse relacionamento”Ivan Sendin, Publisher de Mullet Madjack  

Quais novidades essa versão de Game Pass possui?  

Sandro (diretor): acho que a principal novidade é que já vai ter o conteúdo que fizemos em parceria com o jogo Ultrakill, uma atualização que lançamos no fim de 2024, com um modo Corrida dos Chefes (Boss Rush), em que você compete por tempo matando todos os chefes do jogo em ordem, e o último é um chefe secreto, o V2, que é um personagem de Ultrakill.   

A gente também adicionou uma assistência de mira melhorada e trabalhamos bastante para otimizar o jogo para ser usado no controle de Xbox, além de modos extras, dez novos “power ups” e todo uma gama de atualizações que lançamos desde o lançamento original no PC.  

O jogo também chega ao Xbox totalmente localizado em português brasileiro, tanto legenda quanto dublagem, como surgiu essa oportunidade?  

Sandro (diretor): a gente sempre disse internamente que, se o jogo fosse bem-sucedido, a primeira coisa que a gente faria era (adicionar) dublagem em português. E as vozes são só estrelas da dublagem de obras dos anos 1990:   

  • Jack (protagonista) – Luiz Feier Motta (voz de Silvester Stalone e Hugh Jackman/Wolverine)  
  • Streamer – Isabel Sá (voz da Jesse do anime original de “Pokémon”)  
  • Mr. Bullet – Gilberto (voz do Saga de gêmeos dos “Os Cavaleiros do Zodíaco”)  
  • A vítima – Letícia Quinto (voz de Saori Kido de “Os Cavaleiros do Zodíaco”)  
  • Android – Hermes Baroli (Seiya de Pegasus de “Os Cavaleiros do Zodíaco”)  

Tem também [alerta spoiler] o Guilherme Brigss (voz do Superman, Buzz Lightyear de “Toy Story” e Optimus Prime de “Transformers”) mas ele é um easter egg no jogo.  

Eu tinha essas vozes desses personagens já na minha cabeça desde os estágios iniciais do desenvolvimento. Eu cresci assistindo esses desenhos, então eu corri atrás dessas vozes quando o jogo começou a vender bem (no PC).  

Confira a dublagem no vídeo abaixo:

O que vocês acham que os jogadores de Xbox mais vão gostar em Mullet Madjack?  

Sandro (diretor): o principal diferencial do jogo é que ele é superintenso e em um estilo bem arcade. O Mullet realmente entrega tudo para você sem burocracia, em uma experiência semelhante àquelas das máquinas de arcade.   

Gostamos de falar que o jogo entrega “diversões por minutos” e não perde seu tempo. Esse é um diferencial que a gente considerado forte no mundo dos indies. A gente não vê muito esses jogos curtos e intensos, com uma jogabilidade bastante arcade. Até no cenário indie eles são raros, mas é um tipo de jogo que nós, como estúdio, gostamos de fazer.   

Imagem do protagonista do jogo Mullet Madjack

“Se o jogo fosse bem-sucedido, a primeira coisa que a gente faria era (adicionar) dublagem em português”Sandro Martunelli, diretor Mullet Madjack  

Agora com o lançamento no Game Pass, qual é o futuro de Mullet Madjack e do estúdio Hammer95?  

Sandro (diretor): estamos testando protótipos para um novo jogo. Não podemos falar ainda o que é e nem se vai ser uma sequência. Ao mesmo tempo estamos trabalhando com a comunidade do jogo para ver o que podemos fazer de mais conteúdo e atualizações para o Mullet Madjack.  


Mullet Madjack já está disponível para Xbox Series X|S, Xbox One e Xbox Cloud Gaming por meio do Game Pass Ultimate e PC Game Pass.   

Parceiro Mais Xbox

Fonte Xbox Wire

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Ao continuar a usar esse site, você concorda com o seu uso. Aceitar e fechar Consulte nossa política de privacidade para saber mais a respeito, clique aqui.